Aí está: fotonoticiasdebrasilia.wordpress.com
Este aqui morreu.
A.
Aí está: fotonoticiasdebrasilia.wordpress.com
Este aqui morreu.
A.
Sentei. Uma oitava empregada, arrumando a bolsa em cima do balcão, viu
a gente lá. Sorriu e tudo.
Ela olhava, sorria e voltava a arrumar a bolsa. Eu sorria de volta.
Isso por uns cinco minutos, até começar a ficar ridículo.
(enquanto isso, eu via quatro mulheres ao mesmo tempo demorarem uns
cinco minutos preparando um café enquanto conversavam, ou até
rezavam, sei lá.)
Então resolvi fazer o óbvio e chamá-la.
Ela sorriu aberto, mostrando toda a dentadura, passou a mão no cabelo
lavado na pia e disse: "eu já to indo, ta?"
E ela terminou de fechar a bolsa e foi embora. Ponto final pra ela.
Esperamos que alguma das sete outras olhasse na nossa direção.
Inútil. Elas se amontoaram num canto, como pássaros envergonhados, e
ficaram quase em silêncio.
Levantamos e tentamos outros cafés do píer. É sábado de carnaval:
tudo esta aberto e tudo esta vazio. Uns poucos corajosos vém ao
shopping. Vimos um homem que teve a disposição de uniformizar uma
dúzia de crianças e trazê-las ao cinema.
Todos os cafés pareciam implorar que não sentássemos nas mesas sujas
e esquecidas. As atendentes tinham olhares tristes e mortos.
Acabamos voltando ao Café do Ponto. Perguntei no balcão, bem alto, se
já tinha fechado ou se dava pra me mostrar o cardápio. A moça veio,
meio cansada, e informou gentilmente que estavam abertas até as 22h.
Demorou 28 minutos até conseguirmos tomar o tal café aralto, que
aprendi no ES TV que custa mais caro por saca. Mas não tenho certeza
de que bebi de o café de verdade.
Enquanto esperamos tranquilos a conta, escuto uma perguntar pra outra
como é que faz um café duplo.
Tenho que aprender a moer café em casa.
Por enquanto ainda é assim...
As fotos e os fatos nesta Brasília de ninguém.