domingo, 22 de fevereiro de 2009

Tem que ter muita mesmo!

São sete empregadas trabalhando agora no Café do Ponto do Píer 21.
Somos 11 clientes, divididos em três mesas. Eu acabei de conferir.

Sentei. Uma oitava empregada, arrumando a bolsa em cima do balcão, viu
a gente lá. Sorriu e tudo.

Ela olhava, sorria e voltava a arrumar a bolsa. Eu sorria de volta.
Isso por uns cinco minutos, até começar a ficar ridículo.

(enquanto isso, eu via quatro mulheres ao mesmo tempo demorarem uns
cinco minutos preparando um café enquanto conversavam, ou até
rezavam, sei lá.)

Então resolvi fazer o óbvio e chamá-la.

Ela sorriu aberto, mostrando toda a dentadura, passou a mão no cabelo
lavado na pia e disse: "eu já to indo, ta?"

E ela terminou de fechar a bolsa e foi embora. Ponto final pra ela.

Esperamos que alguma das sete outras olhasse na nossa direção.
Inútil. Elas se amontoaram num canto, como pássaros envergonhados, e
ficaram quase em silêncio.

Levantamos e tentamos outros cafés do píer. É sábado de carnaval:
tudo esta aberto e tudo esta vazio. Uns poucos corajosos vém ao
shopping. Vimos um homem que teve a disposição de uniformizar uma
dúzia de crianças e trazê-las ao cinema.

Todos os cafés pareciam implorar que não sentássemos nas mesas sujas
e esquecidas. As atendentes tinham olhares tristes e mortos.

Acabamos voltando ao Café do Ponto. Perguntei no balcão, bem alto, se
já tinha fechado ou se dava pra me mostrar o cardápio. A moça veio,
meio cansada, e informou gentilmente que estavam abertas até as 22h.

Demorou 28 minutos até conseguirmos tomar o tal café aralto, que
aprendi no ES TV que custa mais caro por saca. Mas não tenho certeza
de que bebi de o café de verdade.

Enquanto esperamos tranquilos a conta, escuto uma perguntar pra outra
como é que faz um café duplo.

Tenho que aprender a moer café em casa.

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